Conhecimento Matemático

A dissertação da professora e doutora Erika Dauanny, levanta questões interessantíssimas sobre a relação do conhecimento matemático com a realidade que o aluno vive, nos mostrando mais uma vez o qual importante é a contextualização do ensino da matemática. O senso comum arraigado com a visão das maioria da sociedade, de ser uma objetiva, rigorosa, totalmente exata e neutra que constrói o pensamento e muitas vezes pré-conceito da matemática, trazendo para o psicológico da criança pressupostos errados, que dificultam o aprendizado da mesma. Por isso a matemática é colocada como independente da realidade de cada um, como dizia a corrente filosófica grega, tendo como centro, Platão. Ainda hoje essa concepção é vista, quando a criança sabe muito em relação a sua vida em sociedade, mas quando ela é aplicada a uma situação dentre de sala de aula, a mesma não consegue desenvolver. Outras correntes foram sendo apresentadas, três muito interessantes foram as do Logicismo, que é basicamente a lei da lógica; o Formalismo que contrapõe o Platonismo, dizendo que a matemática tem toda uma história composta por basicamente fórmulas, símbolos; e o Intrucionismo que defende que a matemática é autônoma e autossuficiente. Com essas concepções a matemática se torna um instrumento para as outras ciências, ela é isso sim, mas também vai muito além do que uma base de apoio para a existência das outras. O que nos mostra que ainda hoje esse pensamento é presente e que o aluno não pode participar da construção, se espelhando somente em fórmulas e não entendendo como essas fórmulas foram construídas. Com tudo isso podemos concluir que temos que mudar esse pensamento não só do senso comum, mas da sociedade como um todo de que a matemática é só para uma porcentagem mínima de pessoas, que só quem tem uma inteligência aguçada pode aprender matemática, que ela é independente, que ela não tem uma história. Podemos e devemos usa-la para mudarmos a nossa realidade de vida, para ajudar os outros, para entender, compreender e passar a diante, para assim, destruirmos essa visão assombrosa que a matemática possui a tanto tempo.

DAUANNY, E. B. Para além da socialização do conhecimento matemático: uma experiência na 5ª série do 1º grau. 1994. 272f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1994 – p. 14-28